Investimentos dos países emergentes são metas de grupos internacionais
As grandes empresas do setor de moda e artigos de luxo nunca tiveram o hábito de vender ações na bolsa da valores. Por isso, segundo reportagem publicada na revista EXAME, até pouco tempo atrás, a maioria delas olhava com certo desdém para o mundo plebeu dos pregões e permanecia exclusivamente sob o controle dos próprios fundadores ou herdeiros.
A situação começou a mudar nos últimos anos, quando alguns nomes importantes do mercado resolveram abrir o capital. Fazem parte desse grupo corporações como a italiana Damiani, uma das mais exclusivas joalherias do mundo, e a francesa Louis Vuitton, responsável há mais de um século pela criação de alguns dos principais objetos de desejo já produzidos para as mulheres.
No total, dez grandes companhias do setor negociam hoje seus papéis no mercado de capitais. A lista deve aumentar em breve. Apesar da crise financeira que varre o mundo, pelo menos outras três grifes de porte já anunciaram oficialmente planos de seguir o mesmo caminho — a Salvatore Ferragamo, a Prada e a Tommy Hilfiger.
Especula-se ainda que as casas de alta-costura Roberto Cavalli e Valentino também estejam em fase adiantada de planejamento para entrar na onda.
A adesão dessas empresas à bolsa de valores tem como objetivo dar uma resposta adequada aos desafios criados pelas tendências principais do segmento de luxo na atualidade: o forte crescimento nos negócios e a multiplicação de consumidores em países fora dos eixos mais tradicionais, como Europa e Estados Unidos.
Segundo a consultoria americana Bain & Company, as vendas das 200 maiores companhias do mundo desse segmento alcançaram 250 bilhões de dólares em 2007, quase o dobro do valor registrado há dez anos. Boa parte da evolução deve ser creditada na conta dos consumidores de mercados emergentes.
No caso da joalheria Damiani, a participação das vendas em Itália, Japão e Américas caiu de 88% para 81,4% entre 2006 e 2007. No mesmo período, ganharam força mercados como a Rússia e os Emirados Árabes.
"Abrir o capital é a forma mais rápida e barata de se capitalizar para expandir a rede de lojas e não perder o forte momento de demanda", afirma Carlos Ferreirinha, da MCF Consultoria, empresa brasileira especializada no mercado de luxo.
Fonte: Revista Exame http://www.abril.com.br/noticia/comportamento/no_346126.shtml
Matéria enviada por Júlio Horta
Consultor de Projetos Especiais da MCF Consultoria
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