1ª Conferência Internacional do Negócio do Luxo – 1º dia
O Brasil é o país mais promissor da América Latina para o mercado do luxo. O aquecimento da economia nos últimos anos possibilitou a expansão do setor, abrindo espaço para novos negócios, que vão de sofisticados cafés e restaurantes a lojas de grife, alimentos, cosméticos, imóveis e muitos outros. Pesquisa realizada pela GfK Indicator mostra que o segmento movimentou 5 bilhões de dólares em 2007, devendo chegar a 6 bilhões de dólares até o fim de 2008.
Este foi um dos temas abordados nesta segunda-feira, 1º de setembro, durante a 1ª Conferência Internacional do Negócio do Luxo, a ATUALUXO 2008, realizada pela MCF Consultoria e Conhecimento, no Hotel Renaissance, em São Paulo. "A moda é o segmento que mais cresce no mercado do luxo, com um terço do faturamento total", afirmou Paulo Carramenha, responsável pela coordenação da pesquisa. Segundo ele, existe no país um potencial de expansão retesado para os negócios do luxo. O crescimento vai exigir, daqui para frente, investimentos em gestão profissional, treinamento de recursos humanos e uma estratégia de marketing mais consistente por parte das empresas.
Para Christophe Rioux, diretor do Pólo Luxo ISC Paris, o conceito de luxo, hoje, refere-se não apenas a produtos e serviços exclusivos, mas também a atendimento diferenciado e uma experiência de vida. "O luxo se inscreve no comportamento do consumidor", afirma Rioux. "O conceito de luxo está ligado a marcas, mas também refere-se a atitudes e comportamentos", ressalta.
A participação brasileira nesse mercado ainda é pequena, representando 1% do faturamento global, mas a tendência é de crescimento contínuo. Segundo Ricardo Amorim, diretor executivo para mercados emergentes do Banco WestLB, com sede nos Estados Unidos, o Brasil, ao lado de países emergentes como China e Índia, oferece oportunidades excepcionais. "Os investidores, que estavam habituados a olhar para os emergentes como países de risco, enxergam neles, hoje, oportunidades de negócios. Esses países estão deixando o bloco dos desenvolvidos para trás", enfatiza. Aos empresários do setor, ele aconselhou: "Olhem para o interior de São Paulo, onde o consumo tem um peso crescente".
A trajetória da Assouline Media, editora francesa que se tornou uma referência em marca, imagem, publicidade e revistas customizadas para negócios de luxo foi apresentada pela sua fundadora Yaffa Assouline. Para ela não há cultura sem luxo, nem luxo sem cultura. Os livros customizados como o da Chanel, com capa de couro e matelassê, o da Havana com umidificador e porta charutos, foram alguns dos exemplos citados.
Diego Stecchi, diretor geral de marketing para América Latina e Caribe, encerrou o primeiro dia de evento com um filme da comemoração dos 80 anos da empresa, evento realizado em Shangai, em março de 2008.
Dos dezenove pontos de vendas com que iniciou a operação na América Latina em 1999, transformaram-se em 74 pontos em 2008.
Para Stecchi o grande desafio foi treinar o time das lojas. Está muito impressionado com a evolução do mercado de luxo no Brasil, processo iniciado pela Daslu, mas que hoje conta até com shopping exclusivo de luxo.
Como disse Ricardo Amorim, o potencial de consumo está nos países emergentes.
Crédito da foto: Celina Germer
02/09/2008
fonte: www.hsm.com.br
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